Jovens Atletas: Por que crianças e adolescentes precisam de uma avaliação esportiva especializada?
- Dr. Vitor F. Mello

- 11 de nov.
- 3 min de leitura
O número de jovens atletas cresce ano após ano, mas junto com esse aumento vêm dúvidas importantes dos pais:
“Meu filho está crescendo normal?”
“Musculação pode atrapalhar?”
“Como prevenir lesões nessa idade?”
“Ele precisa de suplemento?”
“É seguro treinar tão forte assim?”
Essas perguntas fazem sentido porque jovens atletas não respondem ao treinamento como adultos. E é exatamente aqui que entra a Medicina Esportiva.

O que torna o atleta de base diferente de um adulto?
Durante a infância e a adolescência, o corpo passa por mudanças rápidas e profundas. Isso afeta diretamente:
1. Fisiologia
O metabolismo, a capacidade cardiorrespiratória, a utilização de energia e o padrão de fadiga são diferentes. A resposta ao treinamento é menos previsível.
2. Maturação hormonal
Hormônios como GH, IGF-1 e testosterona exercem papel direto no ganho de força, velocidade e massa muscular. Treinar contra o estágio biológico incorreto pode gerar sobrecarga desnecessária.
3. Biomecânica
Crescimento rápido gera assimetrias, encurtamentos e mudanças na coordenação. Isso aumenta risco de lesões se não houver adequação da carga.
4. Cartilagem de crescimento (fises)
É nesta fase que surgem lesões típicas como Osgood-Schlatter, Sever, apofisites e dores de sobrecarga, condições específicas da idade.
📌 Conclusão: Atletas de base não são adultos pequenos. Eles têm demandas fisiológicas próprias, que precisam ser avaliadas por quem entende essa fase.
A importância da avaliação cardiovascular no jovem atleta
Mesmo em adolescentes aparentemente saudáveis, a demanda cardíaca durante o esporte cresce de forma significativa, especialmente em modalidades de alta intensidade, como tênis, futebol, atletismo e basquete. Nessa fase, pequenas alterações cardíacas podem passar despercebidas sem uma avaliação adequada. Por isso, exames como avaliação clínica detalhada, ausculta criteriosa, análise de sintomas e histórico familiar são essenciais para detectar sinais de alerta e garantir segurança. O objetivo não é impedir a prática, mas liberar com segurança. A avaliação esportiva de jovens atletas tem isso como objetivo primário.
Alimentação e energia: o combustível do crescimento
O jovem atleta vive um paradoxo fisiológico: precisa de energia para crescer e, ao mesmo tempo, gasta muita energia treinando. Quando a ingestão calórica não acompanha essa demanda, seja por falta de apetite, rotina corrida, alimentação inadequada ou excesso de treinos , surgem problemas como perda de massa magra, fadiga persistente, queda de performance e, nos casos mais marcados, sinais compatíveis com RED-S (Relative Energy Deficiency in Sport). Por isso, avaliar o padrão alimentar, o fracionamento das refeições, o timing nutricional e o balanço energético é fundamental. Uma boa orientação evita que o atleta cresça “com falta de combustível” e apoia tanto o desempenho quanto a saúde a longo prazo.
Suplementação: quando é necessária e quando não faz sentido
Muitos pais ficam em dúvida sobre suplementos: tomar? Não tomar? O que tomar? Em que idade? A verdade é que a imensa maioria dos jovens atletas não precisa de suplementação complexa, o foco inicial deve ser alimentação adequada e organização da rotina. Porém, existem sim situações específicas em que suplementar é indicado, como otimização e facilitação das demandas energéticas, deficiências laboratoriais (ferro, vitamina D, B12...) ou dificuldades alimentares. O papel da avaliação especializada é justamente diferenciar o que é “marketing” do que é necessidade real, garantindo segurança, eficácia e evitando erros comuns.
Plano individualizado: cada jovem cresce de um jeito
Um ponto crucial é que nenhum jovem atleta é igual ao outro. Eles crescem em velocidades diferentes, respondem ao treino de forma diferente e têm particularidades hormonais, biomecânicas e emocionais próprias da idade. Por isso, uma avaliação completa, envolvendo crescimento, maturação, composição corporal, carga de treino, sono, alimentação e saúde geral, cria um mapa preciso das necessidades daquele atleta. Isso permite ajustar a intensidade dos treinos, prevenir lesões, otimizar recuperação e favorecer desenvolvimento contínuo, seguro e eficiente.

Conclusão: a importância da avaliação esportiva para jovens atletas
Essa avaliação não é luxo, é uma necessidade para quem quer crescer com saúde, treinar com segurança e buscar performance minimizando riscos. Ela une análise cardiovascular, orientação nutricional, prevenção de lesões e entendimento profundo das particularidades da adolescência.
Se você deseja garantir que seu filho está treinando com segurança e com o acompanhamento adequado para a fase de desenvolvimento, agende uma Avaliação Esportiva do Jovem Atleta.



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